Do que é feito o encontro?” essa é a pergunta-flecha que tem inspirado a equipa de artistas locais a produzir esse livro-exposição de Arte Correio. Criando um catálogo de cartões-postais, que estão disponibilizados para download gratuito em alta qualidade – o livro estimula o público a corresponder-se, física ou digitalmente, e se posicionar como participante ativo, colaborando para a circulação das obras e, assim, promovendo para elas e para si encontros de outras naturezas diante do atual contexto pandêmico.
Durante os meses de janeiro e fevereiro de outro ano pandêmico, nos reunimos para experimentar e produzir. Tramamos uma teia virtual entre a Bahia e Minas Gerais para compartilhar processos criativos, técnicas gráficas e leituras, performando possibilidades de encontros digitais e trocas no cenário da pandemia do Covid-19. Os nossos encontros foram regidos pelo desejo de aprender com as diferenças e construir discursos e ambientes pluridiversos.
Essa publicação é também um convite para experimentar formas de comunicação através da arte, uma presença física e afetuosa em um cenário de ausências, perdas e instabilidade. O momento presente nos leva a repensar o convívio; nos coloca atrás de telas; nos inclina às conexões oscilantes. A Arte Correio, por sua vez, instaura o tempo do encontro físico, da paciência, de uma comunicação mais lenta e afetiva – a caligrafia, o jeito, o contato, o cheiro, a imagem, a viagem do postal, o toque.
As palavras e os gestos de Beatriz do Nascimento, Cidinha da Silva, Cristine Takuá, Sobunfu Somé, Ailton Krenak, Paulo Bruscky, Daniel Santiago, Horácio Zabala foram fios condutores deste processo. Elaboramos, a partir de encontros e desencontros, uma coleção de postais que você pode enviar, física ou digitalmente, promovendo outras naturezas de encontro.
Primeiro, faça o download do arquivo .pdf disponível aqui na página e imprima seguindo as indicações descritas nele.
Utilizando um régua e estilete, corte verticalmente as laterais do postal, tendo as marcas de corte como linhas-guia, sem ultrapassá-las.
Em seguida, faça o mesmo com as laterais restantes, sempre guiando-se pelas marcas de corte;
Após finalizar o corte do postal, preencha com os dados de remetente e destinatário, adicione sua mensagem e envie para quem desejar encontrar.
Luma Flôres é designer gráfica formada pela EBA-UFBA, artista visual, ilustradora e co-fundadora do Estúdio Arumã. Nasceu e cresceu no sertão baiano, em Vitória da Conquista, e reside em Salvador desde 2014. Desenvolve trabalhos com diferentes processos experimentais e artesanais como pintura, gravura, bordado, colagem e livro de artista, aliados às técnicas digitais como animação e pintura digital. Participou de 30 exposições coletivas no Brasil e 4 exposições internacionais entre 2014 e 2021.
Bruna Emanuele define-se como encantadêra de imagem e palavra. Artista-pesquisadora na EBA-UFMG, tem suas poética e pesquisa norteadas por múltiplos encontros entre escrita, artes visuais, livro-devir e gênero e sexualidade. Editorialmente, interessa-se sobretudo por práticas independentes e colaborativas – que tem semeado e nutrido em conjunto, compondo atualmente as equipas do Coletivo Narrativas Negras e da Revista MIOLO/ Tiragem: Laboratório de Livros.
Bruna é designer gráfica, artista visual e videografista. Nascida e criada no bairro Rio Vermelho, em Salvador, tem se desdobrado artisticamente nas relações entre corpo e memória. Possui experiência em gestão de projetos colaborativos, principalmente em produções audiovisuais.
Nascido em Salvador, Danilo Castro graduou-se como bacharel em Publicidade e Propaganda pela Universidade Salvador. Atua na área de produção audiovisual e fotográfica, com foco na construção sensorial da imagem. Interessa-se pelos saberes holísticos, esotéricos e toda a mutabilidade da terra. Desde 2020, integra a Tiragem: Laboratório de Livros na equipe de produção audiovisual da Revista MIOLO.
Cely Pereira nasceu e vive em Salvador. É licenciada em Letras Vernáculas pela UFBA (2019) e licencianda em Língua Espanhola pela mesma instituição. Atua como professora de Língua Portuguesa, suas Linguagens e Literaturas. É preparadora e revisora de textos, poeta e pesquisadora. Investiga os dizeres sobre si dentro do contexto racial brasileiro por uma perspectiva discursiva. Interessa-se por experimentações a partir das poéticas entre imagem e palavra, as literaturas e as produções gráficas, bem como por produções editoriais e artes visuais. Permeia e se enamora diariamente por práticas coletivas que façam cultivar as possibilidades de observar e desenhar a sociedade através dos multimeios. Desde 2020, integra a Tiragem: Laboratório de Livros na equipe de comunicação e editoração da Revista MIOLO.
Graduanda do Bacharelado Interdisciplinar em Artes (UFBA). Desde 2019 atua como designer na Duna Editora e no mesmo ano passou a integrar o núcleo de pesquisas em animação da Escola de Belas Artes da UFBA, o Mirá.
Lia Cunha. Artista e pesquisadora, desenvolve projetos colaborativos e investiga o livro-objeto em suas possibilidades transdisciplinares no ambiente da Duna, estúdio criativo e editora. É membro integrante do conselho editorial da Tiragem: Laboratório de Livros, editora com pesquisa focada em livros experimentais e técnicas artesanais. Atualmente é mestranda junto ao Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal da Bahia e investiga curadoria de projetos editoriais colaborativos.
Lara Marques. Formada em Museologia pela UFBA, tem uma experiência diversificada na área – que vai da documentação e fotografia de acervos históricos à coleta e armazenamento de material genético de animais, conservados em tanques de nitrogênio. A arte, no entanto, é o que mais a atrai. O Museu Afro-Brasileiro da UFBA, o Museu de Arte Moderna da Bahia, a SRO Photogallery e o complexo da Landmark Arts, onde já trabalhou, possibilitaram que a museóloga tivesse um contato ativo com artistas e obras e pudesse atuar na concepção, expografia, curadoria e montagem de múltiplas exposições. Atualmente, é mestranda no curso de História da Arte na EBA/UFBA e investiga a arte contemporânea de contexto indígena nas Américas. Na pesquisa, aborda a formação de estereótipos dos povos originários e seu reforço nas mídias; posicionamentos políticos através da arte contemporânea; e a possibilidade de utilização dos museus e exposições em prol da transformação de narrativas.
Manoela Barbosa. Doutoranda em Estudos Literários (UFS). Mestra em Crítica Cultural (UNEB). Graduada em Filosofia (UESC). Professora e pesquisadora com experiências nas áreas Ensino de Filosofia, Educação para as Relações Etnicorraciais e Estudos literários atuando, principalmente, nos seguintes temas: Literatura Afrodiaspórica; Relações de Gênero e Crítica Literária Interseccional. Integrou a programação das edições da Festa Literária Internacional de Cachoeira-Ba, FLICA 2018 e da 17ª Festa Literária Internacional de Paraty-RJ, FLIP 2019. Foi contemplada no Edital de Mobilidade Artística e Cultural 2019 – 1ª Chamada, da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia com o projeto: “Lusofônicas: Rede Literária Bahia-Angola”, em Luanda, Angola.
Arissana Pataxó é artista Visual e professora. Seu campo de atuação transita entre o trabalho artístico em que utiliza de diversas técnicas, suportes e como professora da rede pública, atuando também na formação de professores indígenas. Suas obras trazem abordagens sobre povos indígenas, tendo como referência as suas próprias vivências. Possui graduação em artes plástica e mestrado em estudos étnicos e africanos pela Universidade Federal da Bahia.
Cynthia Cy Barra é doutora em Letras (Estudos Literários: Literatura Comparada, 2007), Mestre em Letras (Estudos Literários: Literatura Brasileira, 2000), graduada em Psicologia Clínica (1994), pela Universidade Federal de Minas Gerais. É coordenadora do Programa de Pós-Graduação Mestrado Profissional em Ensino e Relações Étnico-Raciais, campus Jorge Amado, na Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB); coordena o grupo de pesquisa Lêtera: imagens, tecnologias, discursos (UFSB/CNPq); é integrante da Red latinoamericana de investigaciones en prácticas y medios de la imagen. Participou como professora-pesquisadora (eixo Múltiplas Linguagens) do Curso Especial de Formação Intercultural de Educadores Indígenas, 2006-2011 (FIEI/FAE/UFMG). Foi professora adjunta, da área de Literatura, no Departamento de Línguas Vernáculas, na Universidade Federal de Rondônia (UNIR/2010-2014). Coordenou o Mestrado Acadêmico em Estudos Literários da UNIR (2012-2014) e o Subprojeto Letras/Literatura do Programa de Iniciação à Docência – PIBID/UNIR/CAPES (2012-2014).
Lia Krucken é artista interdisciplinar e investiga migrações e deslocamentos, com foco na afrodiáspora em pesquisa de pós-doutorado. Desenvolve oficinas e práticas colaborativas na Arte e no Design. Integra o coletivo Insurgências (Berlim) e o Intervalo Fórum de Arte (Salvador), junto ao qual realiza projetos com a Casa do Benin e o Museu Afrobrasileiro. É professora visitante do Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da Universidade Federal da Bahia e colabora com instituições no Brasil e no exterior.
Gabriella Correia é soteropolitana, bacharel em Artes com ênfase em Subjetividade e Comportamento Humano (2018) e licencianda em Letras Vernáculas, ambas formações pela UFBA. É fotógrafa, poeta e professora. Interessa-se por psicanálise, composição musical e técnicas históricas de revelação fotográfica.
Gabriella desenvolve um projeto no qual investiga a relação entre memória, identidade e fotografia através da técnica da antotipia, observando as ausências de registros fotográficos como potenciais anuladores de lembranças, bem como de identidades.
Aju Paraguassu é baiana, artista e ativista. Nascida e criada na Chapada Diamantina, criada e domiciliada em Salvador, onde vive há 22 anos. Formada em Desenho Industrial pela Escola de Belas Artes da UFBA, há 9 anos é diretora de arte e fundadora da Moringa Estúdio. Trânsita entre muitas experimentações, buscando o equilíbrio entre a aliança da sua poética ao seu propósito.
Felipe Caires nasceu em Salvador, capital baiana em 1988, desde a infância desenvolveu, despretensiosamente, um olhar crítico às modernidades da infra-estrutura impostas à cidade. Seus primeiros desenhos retratavam o longo processo de desmatamento de maneira desordenada, acompanhada anos a fio, até a adolescência. Desde então, buscou nas relações humanas, diante da natureza, suas primeiras inspirações. Em 2010, ingressou na Escola de Belas Artes na Universidade Federal da Bahia (UFBA). Atualmente seu trabalho está voltado à fotografia e à gravura de forma tradicional e expandida. No entanto, sua verdadeira satisfação está nas instalações e intervenções. O artista acredita que é imprescindível a participação criativa e ativa do fruidor na obra de arte, e principalmente do cotidiano urbano, onde o elemento surpresa traz uma fixação à memória, levando a uma reflexão mais profunda sobre a obra. Participou da produção de diversos projetos de arte e mostras, como os salões da Escola de Belas Artes, Arte em Paralax, residência artística em comodo – BA.
Artista, designer e pesquisador, mestrando em artes visuais pelo PPGAV/UFBA, com interesse pelos processos criativos colaborativos atuando nos campos das intervenções urbanas, principalmente através do Coletivo GIA, e das artes gráficas, principalmente através do Coletivo Sociedade da Prensa onde desenvolve desde 2013 projetos de investigação, desenvolvimento e promoção da cultura e memória gráficas.
Charles Ribeiro é um designer soteropolitano. Trabalha com a criação de identidades visuais e websites para micro, pequenas e médias empresas. Bacharel em Design pela Escola de Belas Artes (UFBA) e MBA em Transformação de Negócios pela Universidade Salvador (Unifacs). Ao longo dos anos desenvolveu suas habilidades e conhecimentos em busca de ajudar as pessoas a tirar os seus negócios e projetos do papel. Adora o mar, o Rio Vermelho e carrega um grande carinho pelas memórias que possui da comunidade onde nasceu e cresceu.
Jornalista soteropolitano apaixonado por contar histórias. Tem experiências em TV, impresso e assessoria de imprensa. Se interessa por assuntos que envolvem política, arte e direitos humanos.
Taygoara Aguiar é mestre e doutorando em Artes Visuais, graduado em Design, possui
especialização em Arte-educação. Professor da Escola de Belas Artes/UFBA, desenvolve pesquisas e projetos de extensão em Design, animação e publicações experimentais. Editor-chefe da revista Miolo, é um dos fundadores e coordenador da Tiragem. Desde 2013 mobiliza
sua energia para a criação de espaços de produção na EBA/UFBA e se dedica a juntar pessoas dispostas a construir publicações de forma colaborativa. Atualmente pesquisa o papel da investigação poética individual na formação do estudante e na atuação do profissional de Design na contemporaneidade.
realização
apoio financeiro